NOTA INFORMATIVA

Capital paulista tem epidemia de conjuntivite, com mais de mil casos por dia

SÃO PAULO - A capital paulista enfrenta um surto de conjuntivite. A informação foi confirmada nesta sexta-feira pela secretaria municipal de Saúde de São Paulo, que disse que o Centro de Controle de Doenças (CCD) da prefeitura recebeu, em 45 dias (de 1º de fevereiro a 15 de março), 50.405 notificações de conjuntivite viral. Ou seja, a prefeitura tem registrado mais de mil casos da doença por dia.

Segundo o CCD, o aumento dos casos de conjuntivite, causada pelo vírus Coxsackie A 24 (enterovírus com alto poder de disseminação), foi detectado no início de fevereiro. Por causa da epidemia, a prefeitura emitiu um alerta para profissionais de escolas e creches, para evitar a contaminação das crianças. Além disso, os profissionais de saúde foram orientados a ampliar os cuidados com a doença, intensificando a detecção, o diagnóstico e o tratamento da doença.

O oftalmologista Emerson Fernandes de Sousa e Castro, médico do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês, explica que há três tipos de conjuntivite, viral, bacteriana e alérgica. Essa que está provocando a epidemia, a viral, é do tipo mais grave. Os pacientes podem ficar com a doença de uma a duas semanas.

- A conjuntivite viral é a mais agressiva de todas, os sintomas são muito intensos. A pessoas fica sentindo como se tivessem areia nos olhos, que lacrimejam muito e ficam muito inchados - disse Castro.

Segundo o médico, esse tipo de vírus pode causar complicações, apesar de não serem comuns.

- A conjuntivite viral pode complicar. No meio da conjuntivite, a pessoa pode ter que retirar umas membranas que podem surgir nos olhos. No fim, pode aparecer manchas na córnea, que têm que ser tratadas - explicou o médico.

De acordo com o oftalmologista, o número de casos preocupa.

- Atendi uma pessoa que foi a um sítio com 60 pessoas, e destas, 56 pessoas pegaram conjuntivite.

Segundo Emerson Castro, não há um tratamento específico para a conjuntivite.

- Normalmente, o que recomendamos é o uso de compressas com água fria e lubrificantes para os olhos.

A transmissão da conjuntivite acontece pelo contato direto mão-olho-mão, por meio de objetos contaminados, e pelo contato pessoal. Por isso, recomenda-se que os pacientes fiquem em casa, evitem coçar os olhos e separem objetos de uso pessoal (toalha, fronha, material de maquiagem).

A secretaria de Saúde recomenda que as pessoas lavem bem as mãos, com água e sabão e usem álcool gel (70%).

O governo do estado de São Paulo informou que de 1º de janeiro a 15 de março, foi informada pelos municípios sobre a notificação de 18,4 mil, mas disse que o balanço não inclui dados atualizados da prefeitura da capital. Por isso, o número de casos no estado deve ser maior.

Várias outras regiões do estado também enfrentam surto de conjuntivite. Na Baixada Santista, números divulgados pelas Secretarias de Saúde da região apontam 9.498 infecções desde que o surto começou, em fevereiro. Em todo o estado de São Paulo, até 15 de março deste ano foram notificados 18.400 casos.

Há ainda registro de surto em Ilhabela, no litoral norte. Em Piracicaba, a 168 km de São Paulo, um surto interditou o Centro de Detenção Provisória de Piracicaba (CDP) para restringir o acesso entre os presos e visitas.

Fonte: Portal Globo.com