quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O PORCO


Certo fazendeiro colecionava cavalos, e só havia uma determinada raça faltando em sua “coleção”. Um dia ele descobriu que seu vizinho tinha este determinado cavalo.
Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo, porém um mês depois o cavalo adoeceu, e o veterinário lhe disse:
- Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante três dias. No 3º dia eu retornarei e caso ele não esteja melhor será necessário sacrificá-lo. 
O porco, quietinho, escutava a conversa.
No dia seguinte, deram o medicamento e foram embora. O porco se aproximou do cavalo e disse:
- Força amigo, levanta daí senão será sacrificado!
No segundo dia, deram o medicamento e foram embora. O porco se aproximou novamente e disse: 
- Vamos lá amigão! Levanta senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo a levantar. Upa! Um, dois, três…
No terceiro dia, deram o medicamento e o veterinário disse:
- Infelizmente vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse:
- Cara, é agora ou nunca! Levanta logo, upa! Coragem! Vamos, vamos! Upa! Upa! Isso, devagar! Ótimo, vamos, um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa, vai…fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa! Você venceu campeão!!!
Então de repente o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou:
- Milagre!!! O cavalo melhorou, isso merece uma festa!
Vamos matar o porco pra comemorar!


Moral da história: Em geral, no ambiente de trabalho, valorizamos os colaboradores que estão em evidência. Aqueles que “aparecem” mais, que fazem mais “barulho”, que vendem mais, etc. Só não podemos nos esquecer de que existe um “batalhão” de outros colaboradores, igualmente importantes, que estão dando suporte para que as coisas aconteçam. 

Quer um exemplo simples? Quantas vezes não valorizamos mais aquele motoqueiro que “tem pegada”, que é “correria” como dizemos, em detrimento aquele que é ”normal”, o famoso “roda presa”, aquele motoqueiro que dizemos ter “perfil de contrato”, que “nem fede e nem cheira”, que não tem “pegada”, hein?  

Só que muitas vezes este motoqueiro “normal” é o que está todos os dias na Base, geralmente chegando dentro do seu horário, nem mais cedo e nem mais tarde, faça chuva e faça Sol, ele está sempre ali, para cobrir um contrato, para pegar aquele serviço que ninguém mais quer, fazendo ali todo dia suas 8,0h, 9,0h, com muito esforço chega em 10,0h no fim do dia!

Enquanto aquele que é “do corre” só aparece nos momentos de aperto, de sufoco, daí ele saí “limpando o trilho” como falamos na nossa gíria, ou seja, pega dois, três, quatro serviços e desenvolve, rapidinho ele “mata” tudo! Mas sabe por que ele faz isso? Não é porque ele gosta de você ou da empresa, ou mesmo se preocupa com o cliente que ele está atendendo, mas sim porque isso é conveniente para ele, é do “interesse dele”!

É, é isso mesmo, sabe por que é do interesse dele? É porque o que você está passando para ele, geralmente é “carta marcada”, algo que você ou seu companheiro já sabe que se fizer da maneira certa, num tem erro, é gol! Vai trazer uma boa quantidade de “horas” para ele, num curto espaço de tempo, geralmente numa mesma rota, onde no final do dia atingiu uma média boa e no fim da quinzena ele “estourou no norte”, como falamos em nossa gíria.

Mas pergunto eu, quanta vez ao longo do mês este mesmo motoqueiro se lembrou destes momentos “bons” e se propôs a colaborar com você naquela cobertura de contrato onde o trabalho lá é difícil? A atender aquele chamado que está na tela a horas, que normalmente é um “diversos” ou um extremo de São Paulo, justamente daquele cliente onde não dá para cobrar “FP”, hein? Ou é um dos primeiros a chegar à Base, naquele dia chuvoso, onde você tem várias coberturas para atender e já estamos lá pelo fim da quinzena, quando ele já fez suas 100, 110, 120 ou 150h, hein?

Hum....começou a puxar pela memória e não se lembra dele nestas situações, né? Pelo contrário, ao fazer um esforço para se lembrar, você começa a visualizar sempre a figura daquele motoqueiro “normal”, o “roda presa”, que tá sempre ali à mão, pronto para ir, pois ele já sabe que você e toda equipe Operacional não confia muito nele para o Avulso, não é? Então quando você chama, ele vai, as vezes reclama, as vezes não, ele sabe que se reclamar muito é pior para ele, então ele se “fecha”, vai lá, faz o trabalho dele e segue a vida...

Com isso, você consegue cumprir com seu “dever”, não deixa de atender nenhum cliente, “tira da frente” este trabalhos com estes motoqueiros, mantendo sempre o seu trabalho operacional sólido, firme, sobrando assim os trabalhos “menos difíceis” ou “menos complicados”, para que você possa “juntar” e passar para os “correria”, para os “campeões”...

É meu caro, isso é apenas uma pontinha do iceberg que eu estou lhe mostrando, pois ele é bem maior do que a ponta que aparece no oceano, bem maior mesmo!
Portanto, valorize a todos, dê oportunidade a todos, olhe e tenha todos como “importantes”, pois o que seria de você sem a MAIORIA dos motoqueiros normais que compõem o quadro de sua unidade?
É.......porque de uma coisa você pode ter certeza, a sua base não é composta em sua maioria pelos “campeões”, pode contar, maioria é de “porquinhos”, é ou não é?

Pense nisso, pense nisso...


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